19.9.09

Alma lavada (9) – o dia seguinte

Nunca me foi prometida nenhuma cura ou milagre, embora eu tenha conhecido lá várias pessoas que tiveram suas doenças repentinamente extirpadas, para espanto dos médicos “da Terra”. Mas confesso que fiquei cheia de esperança.
No dia seguinte, sábado, às 7h, fomos acordados com música ao vivo. Um grupo tocava e cantava a oração de São Francisco - totalmente desafinados, mas com a melhor das intenções. Embora eu tivesse passado a noite em claro, acordei super bem disposta. Minha única angústia era a expectativa do Gu e da minha mãe, que viriam me buscar.
Sabiamente, os parentes foram convidados a chegar às 9h para participar de uma palestra até às 11h, onde foram preparados pra não nos perguntar “se tinha dado certo”. Afinal, ninguém sai dali com um exame ou coisa parecida. Mas que eu saí diferente, saí. Independente de cura física, eu sabia que estava muito melhor do que quando entrei.
Depois de tomarmos café, recebermos passes e rezarmos mais algumas vezes o Pai Nosso, nos trocamos e descemos novamente a rampa.
Quando entramos no auditório, os parentes, emocionados, batiam palmas e cantavam “É preciso saber viver”, versão dos Titãs. Não sei o que disseram nessas duas horas, mas as pessoas sorriam muito e as lágrimas corriam nos rostos da maioria. Ouvimos mais umas palavras e fomos liberados. Abracei algumas pessoas e saí entendendo a expressão “de alma lavada”.
No trajeto, com o balanço do carro, senti meu útero todo dolorido, como se tivesse sido fisicamente operado.

2 comentários:

Ila disse...

Aline, eu tô há um tempão pra vir aqui te dizer que a minha mãe tb já fez uma cirurgia espiritual no CAPC, por conta de um mioma no útero. Faz um tempo e eu não lembro muito bem de como foi tudo, mas lembro de ir buscá-la e ela estar se sentindo muito bem e ter saído de lá dizendo que gostaria de um dia poder ser voluntária lá tb. Apesar de eu ser bem católica e de ela não ser - pas de tout - religiosa, acho que o que importa na vida é "fazer o bem sem olhar a quem", e isso é o que me parece que acontece no CAPC.

Que vc continue colhendo os frutos desse momento de conexão com a sua divindade, e nesse ponto o "meio" que a fez estabelecer essa conexão é o menos importante, e que o CAPC continue sendo um lugar onde as pessoas encontram a acolhida necessária em momentos difíceis.

Cada vez mais saúde para você!

Beijinho, Ila.

Puxadinho disse...

Amém!