24.3.09

Vai pro tronco ou não vai?


Andando pelo centro histórico, em frente a uma das igrejas, nos deparamos com esse escravo em farrapos carregando umas correntes. Pra um cara que pediu pra tirar foto com ele, o escravo respondeu: "então segura aqui na corrente, seu malvado, seu poço de malvadeza". Claro que era um ator. Mas a expressão facial, o fato de ele ficar o dia todo sob o sol, e de estar perto do pelourinho e da casa que servia de "engorda" no mercado de escravos, nos deu uma sensação muito ruim. Só de imaginar que aquela já foi uma cena comum e que boa parte das pedras que formam as ruas foram carregadas por crianças negras - coisa que ele nos contou - deu um constrangimento enorme.
Muito boa a performance.
Uma outra história interessante nos foi contada na visita a uma fazenda onde se fazia cachaça. Na parte de baixo da casa de pedra, num cubículo, ficavam quase cem escravos amontoados, justamente para produzir calor pra esquentar a casa na parte de cima. Eles ferviam o caldo da cana num taxo e faziam melado, mexendo sem parar. Certa vez deixaram de misturar e o melado azedou, evaporou e começou a pingar sobre eles. Sem querer descobriram como fazer a cachaça. Daí veio o nome da pinga e da aguardente, pois quando caía sobre os machucados do açoite ardia que só.
Ao provar o gosto e os efeitos da mardita, começavam a rir e dançar. Os feitores levaram um bom tempo pra descobrir o motivo de tanta alegria...

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