18.6.09

Tira o quadrinho da parede

Olha, não costumo falar de jornalismo aqui no blog, mas não vai dar pra segurar. Que golpe foi esse que a "justiça" aplicou na nossa profissão?
Com TANTA coisa pra se discutir nesse país, resolvem decidir não por aprimorar uma profissão, mas por desmoralizá-la. De graça é que não foi. Só quem ganha com isso são os empregadores, que vão poder contratar quem quiserem pagando quanto quiserem. No meu trabalho já ouvi várias piadinhas hoje. "Quer ajuda aí? Posso escrever por ti, não preciso de diploma". É de chorar.
O ministro Gilmer Mendes usou a seguinte comparação: "um excelente chefe de cozinha certamente poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima o Estado a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área".
Ah, por favor, senhor ministro! ME POUPE, né??
E o pior foi assistir o Boris Casoy e o Willian Waack ontem à noite defendendo a decisão, falando em "fim do cerceamento à liberdade de expressão". Não sabia se ficava com pena ou com raiva. Claro, porque estão ali reproduzindo o discurso dos chefes.
Quem resumiu bem a situação foi o Sérgio, da Federação Nacional dos Jornalistas: "éramos uma categoria, agora somos um amontoado!".
O pior do pior do pior vai sobrar para os assessores de imprensa - entre os quais em incluo. Já somos considerados (INJUSTAMENTE!) por alguns uma sub-categoria do jornalismo. Agora mesmo, o que vai ter de "aspone" ostentando cargo de assessor de comunicação, não vai ser brincadeira.
Quando é que é o próximo vestibular mesmo?
Esse assunto rende!

Je suis desolée...

4 comentários:

Ana Paula disse...

Eu acho que para o mercado e para a auto-estima da nossa categoria (que já é baixa) esse foi um golpe horrível. Mas vou te dizer: meu diploma continua na parede porque pra mim ele ainda tem o mesmo valor.

beijo!

Flávia D. disse...

Eu acreditava que o STF ia votar a favor do diploma. Pelo visto eu ainda acredito em Papai Noel.
Gostei do blog. Abraço

Ila disse...

Je suis desolée pour toi aussi!

Não sou jornalista e passo um cortado em Montreal por causa da não aceitação do meu diploma (de arte-educadora) por aquelas bandas. Mas ainda assim acho que é isso aí!

Oras, mas que palhaçada, a pessoa se dedica por anos da vida a aprender um ofício pra depois vir qualquer um que escreve direitinho achar que pode fazer o trabalho por ela?! Tem dó! Quero ver o dia que acharem por bem que engenheiro, médico e dentista também não precisam de diploma pra exercer a profissão. Definitivamente esse tipo de coisa não pode ser atitude de um país sério. Sinto muitíssimo e sou simpática à causa da classe.


Beijim, Ila.


PS: Esse mundo é pequeno demais. Já não lembro onde, mas outro dia ouvi algum conhecido da área comentando com outro conhecido se se conheciam da época da faculdade, se era da turma da Aline Vaz. E só depois que cheguei em casa é que me toquei que a Aline Vaz é aquela que eu não conheço mas visito diariamente =)

Silvestre Gavinha disse...

Êêêta!!!! Que país é esse????
Vão sim, daqui há pouco o diploma de médico, dentista, vai valer nada também.
Aliás, não estamos longe.
Mas como diz a Ana Paula, o meu diploma, para mim, continua com o mesmo valor. Antes, só eu sei o que acrescentei de peso de aprendizagem e vida nele.
Com toda essa loucura, ainda acredito que há profissionais e profissionais.
Mas já há muito que prefiro acreditar em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa a acreditar em justiça, governo e estas outras lendas.
Beijo