3.3.08

Chegada à brasileira

Embarquei em Floripa com 33º, mas sabendo que tinha muito frio me esperando pelas bandas de Paris. Calcei as botas e levei numa bolsa um casacão, luvas e cachecol.
Consegui dormir bastante na viagem, não tinha ninguém na poltrona ao meu lado.
No aeroporto, logo na esteira das bagagens, fui pedir informação sobre o trem e o metrô, e já apareceu um brasileiro gente boa pra me ajudar. Era um senhor paraibano que mora no Rio e tem apartamento em Paris. Globalizado, ele. Pegamos o mesmo ônibus e ele ainda desceu pra comprar comigo os bilhetes e quase me colocar dentro do metrô. Um anjo. Depois descobri que se fosse depender só dos franceses, estaria ferrada.
Como cheguei antes do grupo (que estava em viagem de pesquisa em Milão e Barcelona), me hospedei num hostel, reservado pela internet. Embora o quarto fosse individual, estava com um pouco de medo, afinal, hostel é albergue, e por aqui a fama não é das melhores. Que bela surpresa. Num prédio do século 17, lá estava meu quartinho, limpíssimo e com um banho quente maravilhoso. Cada vez que eu saía eles trocavam as roupas de cama. Se alguém for pra lá me pergunte que vale a pena.
Quando soltei as malas já começava a escurecer, então saí andando a esmo. A Notre Dame estava a dez minutos se eu fosse pra esquerda, mas na agonia acabei indo pra direita, em direção a Place de Voges e Bastille. O frio tava demais, mas não havia marcadores de temperatura nas ruas. Entrei numa banca e comprei cartão telefônico, pra avisar em casa que estava viva. As instruções, claro, estavam em francês. Que coisa triste não entender um idioma. Passei em vários orelhões enfiando o tal cartão, que não funcionava. Entrei então em outra banca e implorei em inglês macarrônico que alguém me ensinasse a usar o troço. Um francês meio mal humorado, mas cheio de paciência, desvendou o mistério: "do NOT put the card into the fone, ok??? Just use the numbers!!".
Ah... então era isso. Mais um mico pra coleção.
Bom, depois de mandar um alô pra casa, bateu a fome. Entrei num pub que estava cheinho, com uma cara boa. O cardápio, óbvio, em francês. Pedi então o "plat du jour", vinho e água, achando que estava abafando. Quando veio o prato, era uma carne esquisitérrima, tipo músculo cozido na panela de pressão. ECA!!! Empurrei o que deu e fui embora. Ainda eram umas oito da noite, resolvi explorar um pouco mais os arredores, depois de entrar num supermercado e comprar um monte de chocolates pra mais tarde. Ah, de comprar kleenex, conforme já contei um pouco abaixo.
Cheguei às margens do Sena e já fiquei abobalhada. Mais uns passos, dei de cara com a parte de trás da Notre Dame, toda iluminada. Chegou a me dar uma falta de ar.
Mas o frio tava congelante, resolvi voltar pra dormir cedo e ver tudo de dia na manhã seguinte.

Um comentário:

Paulo Henrique disse...

Aline, estou indo pra lá em maio. Qual o contato deste hostel aí?
abração
ph