Era quase meia-noite do último sábado, eu estava saindo do banho quando o Gustavo me chamou pra mostrar: uma das casas da rua ao lado do nosso condomínio estava pegando fogo. A casa tem dois andares, quando vimos, o de cima já estava com chamas bem altas e os moradores estava na rua, assistindo desesperados e impotentes a força da devastação do incêndio. Ligamos três vezes para o 193, bombeiros, estava ocupado. Liguei pra polícia e pedi pra fazerem o contato; o guarda me disse que outras pessoas já haviam telefonado. A cada minuto que passava, o fogo se alastrava e o desespero dos moradores crescia em grito e choro. Passaram pelo menos 20 minutos e nada de bombeiros. A primeira vez que vimos, ainda haviam redes na sacada da casa; e a essa altura já não havia mais sacada nem telhado e os estouros eram cada vez mais frequentes. Levou cerca de meia hora até que chegasse o primeiro caminhão e o primeiro jato d´água fosse lançado, e mais meia hora para que as chams maiores fossem apagadas. Depois foram chegando outros caminhões, ambulância, carros de corrida. Ninguém se feriu e por sorte o andar de baixo foi poupado, mas a demora do socorro apavorou a vizinhança.
Não soube o motivo do incêndio, mas passei boa parte da madrugada imaginando o que perderíamos se fosse no nosso apartamento. Os objetos de valor sentimental, as fotos, os eletro-domésticos que ainda não acabamos de pagar, sem falar nos gatos - será que escapariam?
No outro dia cedo vimos os donos da casa salvando o que era possível nos escombros e tentando resgatar qualquer coisa que tivesse resistido ao fogo ou à àgua.
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