Cavalheiros

Tem homem que vou te contar, né? Não nasceu pra lidar com mulher.
Dois mini-flashbacks pra ilustrar:
1 - Uma vez, por insistência da minha amiga Flávia, saí com o primo dela, que queria "me conhecer melhor". Tava solteira, o cara era bonitinho, topei. Ele foi me buscar e eu sugeri um barzinho da moda na época (faz teeempo). O Fulano já soltou: "esse bar deve ser bem carinho, né?". Achei que era um piadista.
No bar ele quis pedir dois chopes, mas na época eu não gostava (!!), falei que ia escolher um drink. "Aposto que vai escolher o mais caro do cardápio", ele disse. Fiquei chocada e escolhi um qualquer da lista. Já louca pra ir embora e totalmente sem assunto, comentei que se fizesse tempo bom no dia seguinte eu ia andar de bicicleta. O cara disparou outra pérola: "eu não ando de bicicleta porque essas bicicletas de marca de hoje em dia são muito caras". Depois disso comecei a fingir que tava passando mal e pedi pra ir embora. Quando ia descer do carro ele teve a impáfia de perguntar se eu ia embora sem nenhum beijinho. O que eu deveria ter dito: "beijinho? ah hã, 50 reais o selinho". Mas não tive essa presença de espírito. Falei que não, bati a porta e graças a Deus nunca mais encontrei o mão de vaca.

2 - Na época da faculdade, eu e a minha amiga Carol saímos de um bar onde estava a galera depois do fechamento de um jornal Zero. Ela tava de carro e um dos nossos colegas pediu carona. No meio do caminho, o carro parou por falta da gasolina. Era umas 4h da manhã, estávamos na rua Lauro Linhares, na Trindade. Descemos os três e ficamos eu e ela confabulando sobre uma solução. A cara amarrada do nosso amigo estampava os letreiros ROU-BA-DA. Percebendo a agonia do digníssimo, a Carol falou: "Pô, se quiseres ir embora, tudo bem, a gente se vira". Ele falou "Beleza!", virou as costas e foi.